Segundo ele, nas redes sociais e na imprensa existe uma narrativa, mas na prática é outra situação
O vereador Elias Ishy, do PT, criticou a ausência de representantes da Prefeitura de Dourados nos debates na Câmara Municipal. Segundo ele, o prefeito, Alan Guedes (PP), afirma que “está aberto ao diálogo para sugestões e dúvidas”, mas na prática é diferente. O parlamentar também tem escutado as lideranças das mais diversas áreas que afirmam estar sem respostas às demandas.
Outra situação é a divulgação oficial, que dá a impressão dos assuntos terem sido discutidos ou resolvidos com as categorias quando, na realidade, não foram. Guedes se reuniu com alguns professores na semana passada, dia 22, mas a maior entidade representativa da educação no município, que é o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), não foi convocada para esse encontro que tratou do Projeto de Lei da Educação Especial.
“Uma proposta que é feita para meia dúzia de professores não representa a categoria”, afirmou a dirigente sindical Kelly Cristina durante Audiência Pública no dia 23 na Câmara em que a própria secretária foi convidada, mas não esteve presente, não enviou representante, assim como também não compareceu à pré-pauta quando convidada pelos vereadores para explicar o assunto. “Tenta passar a impressão nas redes e na imprensa, mas o que acontece está bem longe de ser um diálogo”, afirma Ishy.
Ele explica que essa mudança é muito significativa, pois antecede a divulgação de um concurso, resultado de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com as 16º e 17º Promotorias de Justiça, do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, que prevê pelo menos 250 vagas para professores e professoras da educação especial, portanto, deve ser resolvida com os representantes que levam à Assembleia e decidem no coletivo.
O Simted relatou que “vem, ao longo dos últimos meses, cobrando da Secretaria Municipal de Educação a participação da categoria na elaboração desse processo da construção do edital, no que se refere às atribuições e carga horária do profissional”. “Acontece que a metodologia da atual gestão tem sido a de não dialogar e não responder às nossas solicitações”, explica o sindicato.
Outro exemplo é no Conselho Tutelar. Ishy esteve com os conselheiros e conselheiras após denúncia do cerceamento do direito à educação das crianças (falta de vagas nas escolas) e o silêncio da Secretaria de Educação de Dourados sobre esse assunto e de Assistência Social sobre outros. Ele cobrou respostas do prefeito,inclusive por meio de requerimento, já que foram protocolados vários pedidos de vagas e todos se encontram pendentes.
“As decisões públicas não podem ser tomadas de cima para baixo. O diálogo é importante, mas também precisamos de mais seriedade. Temos ouvido da população, das mães que têm filhos fora da sala de aula, das que têm dificuldades quanto à educação especial e não há acesso dos órgãos e entidades representativas para buscar uma solução. Então você ouve da gestão que não há falta de vagas nas escolas. Como não? O que levantamos diz ao contrário, a própria Defensoria apontou que essa é a principal demanda do órgão. O município não anda bem e esses impasses têm comprometido ainda mais”, finaliza Ishy.