Grupo de mães que depende da rede pública para ter acesso a suprimentos para crianças com deficiência foi acusado de vender os produtos que retiram no CEM
A deputada estadual Gleice Jane (PT) afirmou, durante sessão na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (24), que está acontecendo um processo de criminalização das mulheres que lutam pela vida de seus filhos em Campo Grande, o qual acompanha com bastante preocupação.
Ela refere-se ao grupo de mães atípicas, mães de crianças com algum tipo de deficiência física e/ou intelectual que dependem da rede pública para ter acesso a direitos básicos, como alimentação especial, fralda e diferentes tipos de terapia.
De acordo com uma reportagem divulgada em um site de notícias de Campo Grande intitulada “’MÁFIA DO LEITE’: ‘mães atípicas’ vendem latas enquanto cobram doação da Prefeitura”, as mães estariam pegando os produtos de graça e revendendo.
A reportagem causou revolta e o grupo de mães marcou uma manifestação na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira pela manhã. No entanto, a sessão foi cancelada pelo presidente e as mães seguiram para a Alems no momento em estava acontecendo a sessão.
Sessão cancelada na Câmara
“Estranhamente, a sessão da Câmara Municipal não aconteceu. Eu acompanho a luta dessas mulheres desde quando a atual deputada federal Camila Jara (PT) era vereadora. Essa pauta já existia, mas essas mães só foram lembradas neste processo eleitoral. Absurdamente, elas estão sendo criminalizadas por lutarem pela vida de seus filhos”, afirmou.
Protestos
Na sessão ordinária de terça-feira (22), o assunto já havia sido motivo de embate, quando o deputado estadual Pedro Kemp (PT) levou o assunto para o plenário e o deputado Lídio Lopes (Patriota) rebateu, insinuando que a cobrança direta à prefeitura às vésperas do 2º turno das eleições municipais seria ação eleitoreira.
A fala de Lídio também gerou revolta, tanto que no dia seguinte as mães compareceram à sessão para protestar. “Não somos marionetes”, “PCDs merecem respeito”, “Não use nossa causa” diziam os cartazes.
Na ocasião, a deputada Gleice Jane afirmou que “a dor dessas mães não é eleitoreira”, reforçou que o problema se arrasta há pelo menos dois anos e cobrou explicações e esforços para que seja regularizado o fornecimento dos itens necessários à qualidade de vida e di