Vereadora alerta que com a suspensão das aulas, as crianças podem estar confinadas com o agressor. Em Dourados já são 24 casos
A vereadora Daniela Hall (PSD) indicou à Prefeitura de Dourados para que reforce as ações de proteção a crianças e adolescentes em Dourados no período da quarentena. Segundo a parlamentar, é importante que com o isolamento social, em que as crianças estão em casa, o poder público garanta maneiras de manter as crianças protegidas, já que em boa parte dos casos estão confinadas com o próprio agressor. Por isso, segundo ela, é de fundamental importância que o Conselho Tutelar faça um mapeamento de como estão os alunos em suas casas, com quem estão ficando e como estão sendo tratados. Além disso estimule que vizinhos, ao notarem qualquer situação de violência possam denunciar.
A vereadora alerta que confinadas, as crianças têm menos chance de denunciar, a exemplo do que ocorre nas escolas, quando estão em aulas. Segundo a vereadora, 80% dos casos de estupro acontecem no ambiente familiar, dentro de casa. No Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e adolescentes, dados da Polícia Civil de Dourados mostram que as crianças de 0 a 11 anos são as maiores vítimas de estupro de menores durante o isolamento social. Desde que teve início, em março, até agora, o confinamento já contabilizou 9 casos nessa faixa etária contra 4 casos em adolescentes de 12 a 17 anos. Se comparado com o mesmo período do ano passado, há uma queda nos registros. Foram 13 casos de vítimas de 0 a 11 anos e 09 até os 17 anos.
De janeiro até agora foram 24 casos de estupros de menores contra 38 no mesmo período do ano passado. No total, 96 menores foram vítimas de estupro em 2019. Esse é um tipo de crime em que em 90% dos casos é necessário que haja a denúncia para que a Polícia Civil possa chegar ao agressor.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019, uma menina de até 13 anos é estuprada a cada 15 minutos no Brasil. Os crimes referentes a essa faixa etária representam 53% de todos os estupros cometidos no país. E em 76%, o agressor é conhecido da vítima: na maioria das vezes, são pais e padrastos.
“Como as crianças estão em casa e as vezes o abusador também, o risco aumenta absurdamente. Precisamos alertar os cuidadores sobre esse risco, que fiquem mais atentos às crianças, principalmente à noite e de madrugada, pois eles têm o hábito de acessar as vítimas enquanto todos estão dormindo. MS lidera o ranking nacional de casos registrados de estupros de crianças e adolescentes”, ressalta.