Desempenho do ovo em março e no primeiro trimestre de 2019

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Foto: Avicultura Industrial

Senão tudo, boa parte do que foi dito a respeito do comportamento do frango vivo no mês de março pode ser aplicado ao ovo. Infelizmente, porém, de forma inversa.

Por exemplo: em março, tradicionalmente (e independente até de uma Quaresma precoce ou tardia), o ovo alcança preços superiores aos de fevereiro. Tanto que, nos primeiros 18 anos do corrente século isso só não ocorreu em duas ocasiões (2006 e 2015), fazendo com que, na média desse período, o valor alcançado em março ficasse 5% acima do registrado no mês anterior.

Pois em março passado o retrocesso voltou a ocorrer. Pequeno, é verdade, pois inferior a 1%. Mas, ainda assim, um retrocesso. Que se amplia significativamente quando a base de cálculo é março de 2018. Neste caso, a queda de preço supera os 9%, índice que sobe para 19% quando é tomado como referência o preço médio de março de 2017.

Março, por sinal, tem sido um mês de boas referências para o setor de postura. Porque, também na média dos últimos 18 anos, o melhor preço tem sido registrado exatamente no terceiro mês do exercício. Ou seja, os valores de março têm sido superiores aos dos demais meses do ano, inclusive os do período de Festas. Mas não desta vez, já que houve retrocesso em relação a fevereiro.

O mais estranho de tudo isso é que tal situação esteja sendo registrada em plena Quaresma, período religioso em que a demanda do produto (e, com ela, os preços) experimenta forte reativação.

E uma vez que em janeiro o ovo conviveu com os piores preços dos últimos quatro anos, o resultado do primeiro trimestre de 2019 não é dos mais animadores, pois a média registrada no período, de R$63,51/caixa (preço aplicável a cargas fechadas do ovo branco extra comercializadas no atacado da cidade de São Paulo), além de ficar 6,5% abaixo do registrado no mesmo trimestre do ano passado, correspondeu ao pior resultado nominal registrado desde 2016, no mesmo trimestre.

Aliás, na prática, o setor operou, nominalmente, com valor similar ao alcançado nos três primeiros meses de 2013 – R$62,38/caixa. Só que a inflação acumulada desde então faz com que essa remuneração represente, hoje, valor próximo dos R$90,00/caixa. Ou seja: é grande a defasagem atual.

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